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Em 2022, os bancos brasileiros investiram R$ 34,9 bilhões em tecnologia e esse montante deve superar R$ 45 bilhões neste ano, o que significaria um crescimento de 29%. É o que mostra a primeira etapa da tradicional pesquisa de tecnologia bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), realizada em conjunto com a consultoria Deloitte.

A estimativa foi calculada com base nos valores indicados pelos 16 bancos participantes da amostra — que, juntos, representam 84% dos ativos bancários no país.

De acordo com o estudo, o orçamento destinado pelas instituições à área teve uma das maiores altas (+18% ante 2021) dos últimos anos, com o avanço impulsionado por implementação de recursos que atendem às necessidades de escalabilidade e de flexibilidade para os bancos, como cloud e inteligência artificial (IA).

“A tecnologia é uma grande aliada na democratização do acesso aos serviços financeiros, ampliando diariamente a oportunidade de as pessoas fazerem todo tipo de operações a qualquer hora, qualquer lugar e em diferentes equipamentos”, afirmou Isaac Sidney, presidente da Febraban, em nota.

Total do orçamento em tecnologia
Foto: Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, realizada pela Deloitte

No ano passado, como em períodos anteriores, a maior fatia (49%) dos investimentos em tecnologia foi em softwares, seguidos por hardware (27%) e serviços de TI (18%). Esse último, aliás, teve um crescimento de seis pontos percentuais em relação a 2021, puxado pela amplificação do uso de cloud, que necessita de todo um ecossistema de serviços agregados.

Conforme a pesquisa, a migração para cloud continua no foco dos investimentos e também deve se expandir em pelo menos 20% em 2023. Já os recursos destinados a IA, analytics e big data tendem a crescer 28% neste ano. Estima-se, ainda, um incremento de 70% no orçamento para CRM.

Open Finance no topo das prioridades

Para 2023, a prioridade das instituições financeiras em tecnologia continua sendo, em primeiro lugar, a análise e exploração dos dados obtidos via Open Finance. Na segunda posição, novamente aparece a transformação cultural do banco. Em seguida, são citados temas que não haviam aparecido no top 5 em 2022, como moedas e ativos digitais; expansão de transações via chatbot; e incentivo do consumidor ao compartilhamento de dados.

Ainda segundo a pesquisa, com o Open Finance, uma das principais formas de geração de valor para os bancos é a maior oferta de produtos financeiros (75%). Sete em cada dez (69%) também querem melhor o contexto do cliente. Já 44% pretendem oferecer serviço de iniciação de pagamentos. Além disso, 38% querem melhorar a precificação dos produtos; 31%, reduzir riscos de crédito; e 19%, expandir negócios não financeiros.

A adesão ao Open Finance, no entanto, ainda é um desafio para as instituições. Atualmente, 80% dos bancos respondentes afirmam que até 10% de sua base de clientes aderiu ao sistema de compartilhamento de dados, uma proporção que deverá crescer neste ano.

“Os benefícios, tais como comparação de produtos e serviços, facilitação de crédito, interoperabilidade nas transações e experiência de compra diferenciada, poderão ser experimentados pelos clientes, à medida que os players do mercado evoluam nas jornadasdigitais e que os clientes expandam a adesão”, diz a pesquisa.

IA e cloud

A agenda dos executivos de TI dos bancos em 2023 terá assuntos como IA como tecnologia essencial para automação, otimização do legado e priorização de cloud e segurança cibernética inteligente, para lidar com o aumento da conectividade e com a dependência exponencial de dispositivos e sistemas online. Aparecem, ainda, os chamados movimentos emergentes, como tokenização de ativos, 5G, metaverso e ESG.

“Em relação à inteligência artificial, destaco as aplicações de biometria facial e chatbots, que estão entre as mais importantes para os bancos neste ano e trazem segurança, eficiência nas operações e atendimentos cada vez mais personalizados”, afirmou Rodrigo Mulinari, diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban, em nota.

Um dos temas prioritários dos bancos segue sendo a adoção de cloud nos sistemas. Tanto é que 67% das instituições ouvidas na pesquisa já migraram alguma aplicação para nuvem pública e/ou privada. No mundo, de acordo com estudos da Deloitte, 80% dos players do setor de serviços financeiros já adotam uma estratégia multicloud.

A íntegra da primeira parte da pesquisa está disponível no site da Febraban.

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